Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha

A Carochinha: Histórias Reescritas

(Montagem de ilustrações) menina com ramo de flores junto a cama, senhora com vestido armado, homem verificando sapato de senhora e mulher de vestes diáfanas na água
Montagem a partir de ilustrações de Carl Offterdinger, Warwick Goble e ilustrador desconhecido em Domínio Público

Carochinha é uma joaninha muito bonita e muito trabalhadora. Hoje, Carochinha limpou o quarto, arrumou a cozinha, limpou a sala e o seu marido organizou o restante.

Entretanto, João Ratão decidiu convidar a sua linda esposa para um passeio no parque, uma vez que tinham tido um dia muito cansativo e precisavam descontrair um pouco.

Chegando ao parque, Carochinha resolveu comprar dois gelados de baunilha, pois era o sabor preferido do lindo casal e também porque estava muito calor e eles queriam refrescar-se antes de continuarem o seu passeio relaxante. Então, sentaram-se num banco de jardim, debaixo de uma árvore, à sombra, para os gelados não derreterem. É que estava um calor abrasador!

— Então, gostaste do gelado? — perguntou Carochinha.

— Sim, gostei muito. Estava uma delícia e fiquei refrescado! — respondeu João Ratão.

Depois de acabarem de saborear o gelado, continuaram o seu passeio pelo parque. E foram falando, falando e falando, até que acabou por anoitecer e o casalinho resolveu ir para o seu domicílio.

Quando chegaram a casa, Carochinha foi tomar um valente banho, enquanto João Ratão preparava a mesa e fazia o jantar.

Com o seu banho tomado e muito perfumada, Carochinha sentou-se à mesa onde já se encontrava João Ratão. Carochinha achou que a refeição preparada pelo seu querido marido estava uma verdadeira delícia, tendo agradado este elogio a João Ratão, pois tinha-se esmerado na confeção da comidinha.

Entretanto, momentos depois, Carochinha começou a ter uma sensação de desmaio, pois sentia-se maldisposta e disse, queixando-se:

— Não estou a sentir-me muito bem, querido maridinho, por acaso, terás juntado algum ingrediente à comida que esteja a fazer mal à minha alergia? — perguntou ela com os lábios a tremer. É que Carochinha era alérgica a certos alimentos…

E foi quando, de modo inesperado, João Ratão, mostrando um ar maléfico, respondeu que sim, que tinha posto veneno na comida para que Carochinha melhorasse a sua vida noutro lugar.

Pobre Carochinha que desconhecia que o seu marido era doente, tendo acabado por ir para o Paraíso.

Como João Ratão não queria, de modo, nenhum, ser descoberto pelo crime que acabava de cometer, foi lançar o cadáver da sua esposa defunta a um rio.

Passou uma semana e um pescador chamado Manel decidiu ir pescar para o tal rio. Estava o anzol debaixo de água e, de repente, Manel achou que o que estava a pescar era um tanto pesado. E esperançoso de que seria um grande peixe, puxou a cana de pesca para cima e foi então que Manel não viu um peixe, não, mas um corpo sem vida e exclamou a gaguejar:

— Meu-u Deu-us! É o corpo da Carochinha!!! Preciso de ir à polícia, urgentemente! — acrescentou, com tristeza.

Entretanto, durante a investigação do caso, Manel descobriu que Carochinha tinha sido envenenada e lançada ao rio, logo a seguir ao ato criminoso, durante a noite. Como Carochinha não morava sozinha, João Ratão era o principal suspeito do crime.

E foi assim que, depois de muitas investigações por parte da polícia, o criminoso era mesmo João Ratão. Depois de muito vasculharem, tinham encontrado, durante as investigações, o veneno na cozinha, ao pé do sal.

A polícia lançou-se em busca de João Ratão e, passada uma semana, encontraram-no no seu esconderijo e conseguiram, finalmente, prender o maldito João Ratão que ia pagar pelo crime que cometera na prisão.

Em relação ao seu estado de saúde mental, nada se conseguiu apurar.

Isabel R., 7.º 3 (2021/22), outubro e novembro de 2021.