Capuchinho Vermelho em Paris: Histórias Reescritas
Era uma vez uma linda menina que vivia em Paris a quem todos chamavam de Capuchinho Vermelho. Um dia, a tia chamou-a e pediu-lhe um favor:
— Coloquei, neste cesto, uma torta e um Sumol de ananás. Leva-o à avozinha, que tem andado adoentada. Mas, Capuchinho, tem cuidado! Não te desvies do teu caminho e não fales com desconhecidos.
— Sim, tia. Farei como dizes — prometeu Capuchinho.
Ia a Capuchinho pelo caminho quando, de repente, encontra o tigre mau. Este, com uma voz muito grossa, disse-lhe:
— Olá, Capuchinho Vermelho! Prazer em conhecer-te, finalmente…
A Capuchinho Vermelho achou que o tigre mau até era simpático, ao contrário do que toda a gente dizia, até mesmo a sua tia. Mesmo assim, respondeu-lhe:
— Desculpe, Sr. Tigre, mas a minha tia proibiu-me de falar com pessoas que não conheço.
— Mas eu sou tigre, o mais popular de todos os animais de Paris. Não há problema nenhum, Capuchinho Vermelho… Todos me conhecem bem! …Onde vais com essa cesta?
— Vou ver a minha avozinha e levar-lhe um Sumol de ananás e uma torta.
— Ai, sim… E onde vive a tua avozinha?
— Vive numa casinha perto do lago, junto a uma grande árvore.
O tigre, já com água na boca, pensou: — Nham, nham, hoje não vou passar fome. E disse-lhe:
— Bem, Capuchinho Vermelho, gostei de te conhecer, mas agora, vou andando…até breve!
— Adeus — respondeu Capuchinho Vermelho, sem sequer imaginar o que o tigre estava a planear.
Como o tigre era muito esperto e manhoso, foi por um atalho até a casa da avozinha, de modo a chegar primeiro que a Capuchinho Vermelho. Quando lá chegou, bateu à porta da casa da avozinha, que respondeu:
— Quem é?
E o tigre, com uma voz fina:
— É a Capuchinho Vermelho e trago uma torta e um Sumol de ananás para ti, avozinha.
A avó, que estava deitada na cama a descansar, respondeu:
— Podes entrar, minha querida, a porta está aberta.
O tigre mau abriu a porta e, sem fazer barulho, foi ao quarto da avozinha e comeu-a. A seguir, vestiu as suas roupas, enfiou a touca, colocou os óculos no nariz e deitou-se na cama, cobrindo-se muito bem com uma manta.
Passados uns minutos, a Capuchinho Vermelho chegou, finalmente, a casa da avó. Vendo a porta aberta, entrou e disse:
— Está alguém em casa? Avozinha?
Ao que o tigre respondeu:
— Entra, minha netinha, estou no quarto.
Ao chegar lá, viu o tigre mau, disfarçado de avozinha. No entanto, notou que ela estava diferente. Tinha uns olhos muito grandes, uma boca enorme e tentou comer a menina. Mas, ela conseguiu fugir.
Em Paris, a Capuchinho Vermelho encontrou um caçador e pediu-lhe ajuda. O caçador entrou a correr em casa da avozinha e encontrou o tigre a dormir profundamente. Então, aproximou-se e zás! Cortou a barriga ao tigre e conseguiu salvar a avozinha.
Quando o tigre acordou, viu o caçador e fugiu, cheio de medo.
A Capuchinho Vermelho abraçou a avó e prometeu nunca mais desobedecer à tia.
Ela, o caçador e a avó comeram a torta e beberam o Sumol de ananás, felizes por tudo ter acabado bem.
Rodrigo M. e Vasco A., 5.º 2 (2021/22), outubro e novembro de 2021.