A Salinha Online do Teatro Nacional D. Maria II é um espaço pensado principalmente para crianças dos três aos oito anos onde se procura estimular a imaginação com leituras de histórias de autores portugueses e estrangeiros.
Esta iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II e do Grupo Ageas Portugal tem como parceiras a Câmara Municipal de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
O papagaio do Óscar ficou preso numa árvore. Atirou-lhe o seu sapato preferido para tentar soltá-lo, mas o sapato também ficou preso. O Óscar atirou-lhe o outro sapato e... também ficou preso. O Óscar foi buscar o gato e... estava a começar a ficar ridículo! O Óscar foi buscar uma escada. Ia resolver o problema de uma vez por todas...
Uma noite destas, quando estiverem todos a dormir, levantarei a persiana e partirei. Terei de levar um casaco para os países frios, um cantil para o deserto, fósforos e grãos de milho para acender uma fogueira e para fazer pipocas quando tiver fome. Vou pôr tudo numa mala, descer pela janela, içar as velas e partir... Este livro ganhou o Prémio Isaac Díaz Pardo para Livro Ilustrado em 2009.
Há muito, muito tempo, quando os dinossauros ainda andavam pela Terra, havia um casal de cavalos-marinhos chamados Mário e Maria. Andavam sempre juntos. Uma manhã, Maria acordou doente. Estava a ficar transparente. Sentia que alguma coisa se apagava lentamente dentro dela. Desapareceu-lhe a cauda. As barbatanas perderam a cor. Mário ficou muito preocupado: «não me deixes», pediu-lhe, «ainda temos tanto para descobrir juntos»... Esta é a história de como os cavalos-marinhos são a única espécie em que não são as mães que trazem os filhos dentro da barriga. Faz parte de Estranhões & Bizarrocos: Estórias para Adormecer Anjos, Prémio Nacional de Ilustração em 2000 e Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças em 2002.
Um pássaro apareceu a voar e pousou na minha cabeça. Eu estava atrasado para a Escola não podia ficar ali a brincar, de modo que tentei sacudir a cabeça para afastá-lo. O pássaro esvoaçou, mas voltou a aninhar-se no meu cabelo. Tentei explicar-lhe que havia sítios melhores para descansar as asas e que não podia ir para a Escola com ele na cabeça, mas o pássaro era teimoso. Tive de ir para a Escola a correr. À porta da Escola, agarrei o pássaro com as duas mãos e puxei-o para fora, mas ele agarrou-se tanto que eu ainda ficava sem cabelo. Tinha de entrar com ele na cabeça. Assim que abri a porta da Escola...
Por uma estrada muito comprida que parecia não acabar iam dois homens, Zuca e Bazaruca. Zuca reparou num tronco de cerejeira carregadinho de cerejas que espreitava por cima de um muro muito alto. Queria estender a mão e apanhar todas, uma a uma, mas o tronco era muito alto. Pôs-se aos pulos, mas nem por sombras chegava lá. O compadre Bazaruca olhou para o muro, olhou para o compadre Zuca e abriu muito os olhos e a boca: tivera uma ideia. Talvez às cavalitas um do outro chegassem lá. Mas por mais que Bazaruca em cima de Zuca estendesse a mão, não chegavam lá. Estavam nisto e o compadre Zuca teve uma ideia... Esta é uma de várias histórias do bairro e da aldeia, de pequenos enganos e costumes tradicionais, originalmente publicada em 1959.
Numa bela tarde, meio distraído, o Henrique tentou comer uma palavra de um livro. Só para provar! Depois comeu uma frase inteira, a seguir uma página e ao fim de três dias comera o livro todo. Não havia dúvidas, gostava mesmo de livros. Gostava de comer livros: de aventuras, dicionários, atlas, todo o tipo de livros, em especial os livros vermelhos, que devorava à velocidade de um raio. E quantos mais livros comia, mais esperto ficava. Pouco tempo depois, ajudava o pai fazer palavras cruzadas no jornal e na escola até sabia mais que a professora. Mas uma dieta de livros traz problemas... Este livro foi considerado o melhor livro infantil nos Irish Book Awards 2007.
Num cantinho sossegado do jardim vivia uma lesma chamada Herberto. Um dia, decide explorar um pouco mais do jardim em busca de mais alface. Algumas horas depois, reparou na teia que uma aranha tecia. Foi o primeiro encontro com diferentes animais muito ocupados a criar coisas que o maravilharam. Herberto começa a desejar ser capaz de também ele criar. Até que uma noite, no topo das árvores, uma mariposa...
A pequena zebra Camila vivia num sítio onde o vento era tão forte que ela tinha de andar com muito cuidado para não perder as roupas. A mãe dizia-lhe para usar sempre calções e suspensórios. Um dia, saiu de casa sem seguir os conselhos da mãe e os ventos, malandros, levaram-lhe pelo ar as sete riscas do seu vestido. Chorou sete lágrimas. Entretanto viu uma serpente a mudar de camisa e... Começa assim uma viagem de crescimento com a generosidade e ajuda de sete amigos especiais.
Uma história que se conta com a boca fechada começa com «mmm mm mmm mmm...» durante mais ou menos dois minutos. Há quem ache muito interessante. Há quem ache um bocado monótona e que tem tendência a sair pelo nariz, o que pode ser complicado se estivermos constipados... Esta é outra história de Histórias que me Contaste Tu, de Manuel António Pina, publicado pela primeira vez em 1999.
Um casal de burros velhos passou metade das suas vidas juntos e partilharam muitas burrices — a primeira foi a do «Hi-Hon» quando se conheceram. Um dia, uma discussão e muita casmurrice fê-los separarem-se. Cada um seguiu o seu caminho, procurando melhor. Encontram uma vaca malhada (cujas manchas não são as certas), um bode (demasiado baixinho), um flamingo, um hipopótamo, uma zebra e, finalmente, um camelo solitário... Este livro foi premiado: Seleção White Ravens 2003 e Most Beautiful Books of Austria 2002.
Há muitos anos, na Pérsia, viveu um grão-vizir que adorava ler. Sempre que viajava levava 400 camelos carregados de livros — uma verdadeira biblioteca sobre patas. Um dia a caravana perdeu-se no deserto. Subitamente, o céu escureceu, o vento começou a soprar forte, a areia entrava pela roupa... No dia seguinte, o grão-vizir não conseguiu descobrir nenhum dos 400 camelos... Esta é outra das histórias de Estranhões & Bizarrocos: Estórias para Adormecer Anjos, Prémio Nacional de Ilustração em 2000 e Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças em 2002.
O gatinho preto desta história nem sempre foi preto. Era pintalgado. Diz que ficou em tonalidade negra por causa de um susto. Aconteceu assim: o gatinho gostava de passear naquela linha onde o dia faz a fronteira com a noite — como se o pôr do sol fosse um muro. A mãe do gatinho pedia-lhe para nunca passar para o lado de lá. O pintalgado fingia obedecer, mas namoriscava o proibido. Um dia passou para o lado de lá e ouviu uma voz...
Era uma vez um príncipe e uma princesa que casaram e foram felizes para sempre, mas para sempre é muito tempo e a sua felicidade começou a ser «um pouco aborrecida»... Esta é uma das histórias de Histórias que me Contaste Tu, de Manuel António Pina, publicado pela primeira vez em 1999.
O escuro esconde-se em cantos escuros e estende-se à noite por todos os espaços da casa do Lucas. Uma noite, visita-o no seu quarto e convida-o a ir à cave, onde uma bela surpresa estará à espera dele... Este livro venceu o prémio de Melhor Livro Ilustrado 2013 do The New York Times.
O rei anunciou: quem quisesse casar com ele devia dirigir-se ao palácio. Lá, deu a cada uma das raparigas um vaso com uma semente, pediu-lhes para a plantarem e voltarem daí a três meses... Contos do Mundo tem esta e outras histórias de reis e princesas, mundos fantásticos e animais que falam.
A divertida história do distraído Zé Simplório e dos seus pés «trocados» — ou a perna esquerda é que estava no lugar da perna direita e a direita no lugar da esquerda? É uma de várias histórias do bairro e da aldeia, de pequenos enganos e costumes tradicionais, originalmente publicada em 1959.
Um país onde os rios correm do mar para a nascente, os gatos são do tamanho dos bois... Tudo acontece ao contrário... É uma das histórias de Estranhões & Bizarrocos: Estórias para Adormecer Anjos, Prémio Nacional de Ilustração em 2000 e Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças em 2002.
O Pequeno Mi dá-se conta de que, aparentemente, perdeu algo, mas não sabe o que foi. Passa por uma série de obstáculos e peripécias para encontrar o que perdeu e, no fim, chega à conclusão que, afinal, não perdeu: a imaginação.
António Padilha, 27 de abril, 6 e 12 de maio e 2 e 12 de junho de 2020